Secretário Municipal de Meio Ambiente de Bragança e Presidente do Fórum Permanente de Secretários Municipais de Meio Ambiente esclarece problema que preocupa povo de Ajuruteua
Foto: Luís Ferreira - SINFRA Bragança |
Na última quarta-feira, dia 6 de abril, o Ministério Público
Federal, com o apoio da Prefeitura Municipal de Bragança-Pa promoveu uma
Audiência Pública na praia de Ajuruteua para discutir com a população soluções
para os problemas ocasionados pela erosão que vem ocorrendo naquela praia. Esteve
presente o Ministério Público do Estado, autoridades do município e
representantes de órgãos públicos do Estado e da União, além dos moradores da
comunidade.
A investigação conta com dados do Corpo de Bombeiros e do
Serviço Geológico do Brasil, que apontam quais são os imóveis sob risco de
desabamento na praia, e com informações levantadas pela Universidade Federal do
Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
No Estado do Pará, a situação dos municípios de Abaetetuba
(praia de Beja), Barcarena (praias de Vila do Conde, Itupanema e Caripi), Belém
(Ilha de Mosqueiro), Marapanim (praias de Marudá e Crispim) e Salinópolis
(praias da Corvina, Atalaia e Farol Velho) também estão sofrendo os mesmos
problemas. Há ações desta mesma natureza também na Ilha do Marajó (Salvaterra e
Soure) e nos municípios de Colares, São João de Pirabas, Vigia e Viseu.
Para o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Bragança e
Presidente do Fórum Permanente de Secretários Municipais de Meio Ambiente do
Estado do Pará, Luís Eustórgio, a população precisa ter mais cuidado com a
natureza.
"É óbvio que os prejuízos às pessoas que empregaram
recursos financeiros nas construções de imóveis, são grandes. Mas precisamos
fazer algumas reflexões, entre as quais, será que a sociedade de uma forma
geral não tem uma parcela significativa de culpa, quando jogamos um lixo no
chão, quando insistimos em entrar com nossos veículos na praia, quando desmatamos,
quando insistimos em construir em cima de dunas, quando jogamos nossa água
servida de qualquer modo na areia", reiterou.
Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente, as mudanças
climáticas no Planeta tem muito a ver com o que está ocorrendo em Ajuruteua, e
o aquecimento global é um dos principais itens.
"Precisamos entender também que estamos no bioma
Amazônico, o que não dá pra ficar comparando que se construir “isto ou aquilo”
como se faz no Japão vai resolver o problema de Ajuruteua. Lá a pluviosidade
média anual é de 1.000mm/ano e aqui na Amazônia varia de 1.400 a 3.500 mm/ano
com média de 2.000mm. Ou seja, o dobro", reiterou.
O Prefeito João Nelson instituiu em 2013 por meio de Decreto
Municipal um GT, o GT-GERCO (Grupo Técnico de Gerenciamento Costeiro) em
conjunto com a SEMMA, que coordena os trabalhos propostos. Trata-se de um
fato inédito em nível nacional, demonstra a preocupação da gestão para com a
questão. Segundo Luís Eustórgio está sendo discutidas ações favoráveis para as
causas da erosão perante aos órgãos estaduais e federais, com o apoio do
Ministério Público do Estado e do Ministério Público Federal com a participação
da comunidade de Ajuruteua.
"Este assunto está sendo debatido, a fim de buscar
soluções, junto aos Entes Federados pois o Município, sozinho, não tem
condições de resolver. E é o que estamos fazendo", concluiu o Secretário
Municipal de Meio Ambiente, Luís Eustórgio Pinheiro Borges.
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